Primeiros estudos

Às futuras gerações de filólogos, à procura das fontes que inspiraram o maior poeta português desde Camões, recomendamos uma pesquisa na biblioteca de Fernando Pessoa (in Diário de Notícias , 18 de Janeiro de 1962, p. 7).

Foi com este apelo que Georg Rudolf Lind abriu o primeiro estudo inteiramente baseado na biblioteca particular de Pessoa – desse acervo bibliográfico que desde Novembro de 1993 se encontra albergado na Casa Fernando Pessoa em Lisboa.

Damos início à secção «Estudos» desta «Biblioteca Digital» com uma transcrição completa deste breve artigo pioneiro de Lind bem como com a primeira comunicação sobre a relevância enquanto à investigação na biblioteca de Pessoa, proferida por Yvette Centeno durante o Iº Congresso Internacional de Estudos Pessoanos, realizado no Porto em 1978.

A Biblioteca Fernandina

Às futuras gerações de filólogos, à procura das fontes que inspiram o maior poeta desde Camões, recomendamos uma pesquisa na biblioteca de Fernando Pessoa. Os aproximadamente 500 volumes que constituem hoje em dia esta biblioteca representam apenas um excerto do capítulo: Fernando Pessoa – leitor. Consta que o poeta trocava os livros que deixavam de lhe interessar por livros ingleses na antiga Livraria Inglesa da rua do Arsenal. Mesmo assim, no seu estado actual, reduzido aos livros dos quais não se queria separar, a biblioteca fernandina reflecte de maneira insofismável a personalidade e as preferências intelectuais do seu proprietário.
Notemos, desde logo, a preponderância impressionante dos livros ingleses ou traduzidos para inglês, facto que, só por si, devia reter a atenção dos Aubrey do nosso tempo, se tais houvesse; mais de 350 volumes da biblioteca são ingleses, seguidos por cerca de 100 livros franceses. É surpreendente, para o curioso fernandino, o número escasso de autores portugueses. Abstraindo de algumas obras de Teixeira de Pascoais e de uma colectânea miserável de Camões, esta secção da biblioteca compõe-se quase exclusivamente de poetas de terceira categoria, mas de dedicatórias verbosas, que talvez impediram que Pessoa os trocasse por livros ingleses.
A parte inglesa da biblioteca é, sem dúvida, aquela que o maior interesse oferece aos investigadores da obra de Pessoa. Embora não mais tivesse viajado, depois de ter regressado da África dos Sul, deixou os rastos das suas viagens interiores nas páginas dos seus livros, assinalando a lápis e a tinta os versos da sua preferência e a ressonância que os pensamentos dos outros nele despertavam. O poeta dos três heterónimos, no seu papel de leitor, permanece sempre «Pessoa ipse». Lado a lado, encontramos Virgílio e Horácio, as melhores antologias da poesia grega (em edições bilingues), fonte de inspiração de Ricardo Reis, as «Folhas de Erva», de Walt Whitman, sublinhadas por Pessoa-Álvaro de Campos, e os poetas clássicos ingleses que encantaram o jovem estudante da High School.
Citemos, traduzindo para português, um dos epigramas gregos (de um certo Palladas de Alexandria), sublinhado por Ricardo Reis:

É isto a vida, e nada mais existe; vida é delícia; vai-te, cuidado negro! Passageiros não são os anos dos homens. Hoje o vinho é nosso e a dança e as grinaldas de flores e as mulheres. Hoje deixai-me viver gostosamente; ninguém sabe o que o amanhã nos dará.


Lendo estas linhas, quem não se lembraria das odes de Ricardo Reis, que começam pelos versos: « coroai-me de rosas » ou « Tão cedo passa tudo quanto passa! ». Estamos aqui em face do «topos» da transitoriedade das coisas que vêm da poesia grega até nos.
Também nas «Folhas de Erva», de Whitman, encontramos, entre os versos sublinhados, linhas de ligação com a poesia de Álvaro de Campos:

«Brotam de mim tais ardores que dentro de mim ignorava: velejam-me...». e «Vivas àqueles que falharam!» citações estas que nos conduzem infalivelmente á «Ode marítima», com o seu dinamismo extático e a longa série de invocações.

Fig. 1. Diario de Noticias, 18 de Janeiro de 1962, pp. 7 e 8.Fig. 1. Diario de Noticias, 18 de Janeiro de 1962, pp. 7 e 8.
Fig. 1. Diario de Noticias, 18 de Janeiro de 1962, p. 7 e 8.

Apesar da sua formação predominantemente inglesa, visível até no facto de ele se servir do inglês para as suas anotações. Pessoa orientou as suas leituras manifestamente no sentido goethiano da «Weltliteratur». Os autores clássicos desde Homero até Balzac dominam a secção literária da sua biblioteca. O curioso alemão se alegrará com aquela antologia dos melhores versos alemães, acompanhada, nos poemas de Goethe e Heine, por tímidas tentativas de tradução. Um filólogo sueco ficaria extasiado perante a tradução francesa do seu grande Runeberg, anotada a lápis pelo poeta português.
Além da parte literária propriamente dita – notemos, de passagem, a grande curiosidade de Pessoa pelos problemas, relacionados com a figura de Shakespeare, testemunhada por seis volumes – impressiona o espaço reservado á história da cultura, á teologia, astrologia e ciência ocultas. Encontramos, e muito sublinhada, uma obra sobre «The brotherood of the rosy cross» (A irmandade da Roseacruz), fonte indubitável do poema de Pessoa ipse «No túmulo de Christian Rosenkreutz». Ao lado de «The Kabbalah unveiled» (A Kabbala desvelada) existe «The twentieth century New Testament», com símbolos astrológicos e sinais a lápis á margem da Apocalipse. Pessoa entregou-se, consultando as diversas correntes da religiosidade cristã e judaica, a penosas inquirições acerca do ser supremo e da sua cognoscibilidade.
Das extensas leituras filosóficas, testemunhadas pelos amigos do poeta, poucos vestígios encontramos na biblioteca actual. Restam apenas Platão, Marco Aurélio, o ensaio sobre o livre arbítrio de Schopenahuer e obras sobre o glorificador da Prussia, Heinrich Treitschke, anotadas tão profusamente que somos levados a crer que Pessoa tentou, através da leitura de Treitschke, encontrar a chave para a compreensão do problema alemão. Entre os livros psicológicos predominam as obras de Max Nordau e dos seus adversários sobre a questão: «Génio [em] decadência», que tanto preocupou [o] poeta na sua mocidade. De Freud não existe nada, confirmando assim a informação que o próprio Pessoa forneceu a um dos seus críticos, dizendo que pouco ou nada fora influenciado pelo psiquiatra vienense.
Mesmo no seu estado actual e reduzida, a biblioteca fernandina é o retrato fiel da personalidade de Pessoa-leitor, reflectindo a amplitude dos seus interesses. Não são os bons livros que fazem o poeta genial, mas tratando-se aqui de um poeta genial, a viagem através da sua biblioteca ajuda-nos a compreender o interesse que a sua obra vai despertando universalmente.

Georg Rudolf Lind

Nota: Este recorte encontra-se na Biblioteca Nacional de Portugal, no espólio n.º 3 (de Fernando Pessoa) [BNP/E3, Anexo 3-1]

O ESPÓLIO E A BIBLIOTECA DE FERNANDO PESSOA: UMA SOLUÇÃO PARA ALGUNS ENIGMAS *

Não se conhece e não se conhecerá a fundo a obra de F. Pessoa enquanto não se conhecer como é devido a documentação do espólio. A totalidade de documentos existentes no espólio é de 27.543, segundo consta do Relatório Final apresentado pelo grupo de trabalho que fez o seu inventário. Desses documentos, cerca de 25.000 são do próprio F. Pessoa. O material encontra-se já repartido por envelopes, numa primeira arrumação que não podendo ser perfeita não será definitiva, mas já facilita muito o trabalho do investigador. Isto é, facilita, se o investigador não perder tempo. Porque os documentos, sobretudo os escritos à mão e a lápis, já se tornam de difícil leitura. E qualquer dia estarão mesmo ilegíveis.
Para além deste problema, da degradação material do espólio, há outro que com ele se relaciona: o da biblioteca e da sua importância para um enquadramento mais perfeito da vida e da obra do autor. Também à biblioteca não se tem ligada grandemente, o que é bem pena. Para que se veja o interesse que o espólio e a biblioteca oferecem ao investigador, direi aqui alguns exemplos dos enigmas que através do seu estudo se podem solucionar.
Há dúvidas sobre se Fernando Pessoa conhecia já anteriormente à criação de Alberto Caeiro a obra de Walt Whitman. Pois bem, num caderno de Alexander Search de 1906, encontra-se referido o seguinte: «de Trimble, W. A. A., 'Walt Whitman and Leaves of Grass'» (ESP 114 H/32): o que mostra que pelo menos já em 1906 Fernando Pessoa conhecia, ainda que indirectamente, a Leaves of Grass do poeta americano.
Ao interesse e à utilidade dos documentos do espólio acrescenta-se o interesse e a utilidade dos livros da biblioteca para o esclarecimento deste mesmo problema (como para o de tantos outros): nele existe um exemplar do livro Perry, Walt Whitman: his Life and Work (London, 1906), sublinhado e anotado pelo poeta. E existe ainda uma antologia de poemas de Walt Whitman ( The Penny Poets , XXXVII, «Review of Reviews», London, s. d. Não está datada, mas é de aspecto antigo, e tem a assinatura de A. Search e muitos sublinhados e notas com directo interesse para Caeiro. Inclui os seguintes poemas: I Songs of Myself; II. Songs of Sex; III. Songs of the War; IV. Songs of Death; V. Songs Democratic [sic]. Assim, embora o exemplar de Leaves of Grass (ed. 1909) assinado e datado por Fernando Pessoa 2 , o seja só em 16.5.1916, não há dúvida de que em 1906, pelo menos, ele tinha conhecimento da obra de Walt Whitman.
Os documentos do espólio e os livros da biblioteca já me ajudaram também a resolver outros problemas. Ajudaram-me a comentar, enquadrando-os melhor do ponto de vista ideológico, certos poemas de Fernando Pessoa. Todos os textos, e são muitos, referentes à filosofia hermética, são indispensáveis para se perceber a sua obra. Dando mais um exemplo, as poesias de Alexander Search, de que o Prof. Georg Lind começou a ocupar-se, permitem recuar de vários anos a data em que se julgava que Fernando Pessoa se tinha interessado por essa matéria. Já em 1906 o poeta jogava com certos conceitos que só o conhecimento da filosofia hermética podiam justificar. São exemplo disso poemas como Nirvana , de 1906, em que o estado descrito é o objectivo central dos budistas, inclusive da mística Zen de que fala Armando Martins Janeira 2 ; The Circle , de 1907, em que o «humor cabalístico» provém de leituras não menos evidentes de magia e de Cabala; etc. 3 É a filosofia hermética, com os seus símbolos, alusivos à ânsia de saber, à iniciação, à transformação sofrida, ao conhecimento que se adquire (ou ao qual se aspira sem se chegar ao obtê-lo), que nos serve de chave, que nos serve de guia em muitos dos seus poemas, A sua concepção da filosofia hermética é a de uma forma superior de conhecimento e de revelação. O oculto é para o poeta «o interno, a outra face das coisas», como escreve num projecto de conto cujo título é O Filósofo Hermético , e que se encontra no espólio (ESP 27 19 M 3 /8 ms. s.d.). Quer que se trate de Maçonaria, de Cabala, de Rosicrucismo ou de Alquimia, são profundos os conhecimentos de F. Pessoa nestes domínios, e a sua investigação data de cedo. Em 1906, num caderno de Alexander Search, datado de Setembro, encontramos a referência a um livro sobre alquimia «de Berthelot: La Synthèse chimique » (ESP 144 H/7), e no mesmo caderno a referência a um livro de Papus: « L'Occultisme et le spiritualisme » (ESP 144 H/7). Ainda neste mesmo caderno, de 1906, outro livro nos surge, ligado à filosofia hermética: «de Paulhan, Joseph de Maistre: sa philosophie », (ESP 144 H/26).
A inquietação metafísica de Charles Robert Anon, ou sobretudo de Alexander Search, ou de Fernando Pessoa ele mesmo, é de repente cortada pela «objectividade mística» de Alberto Caeiro. Thomas Crosse, um outro heterónimo de F. Pessoa, escreve acerca de Caeiro e da sua filosofia: «he is certainly a kind of mysticism of objectivity» (ESP 143/ 1 e 9). À Voz de Alberto Caeiro outras se sobrepõem: Ricardo Reis, Álvaro de Campos. Mas o centro permanece, imutável, em Fernando Pessoa ele mesmo e no seu misticismo hermético. É a filosofia hermética que lhe estrutura a vida e a obra: «?foi em 8 de Março de 1914 – acerquei-me de uma cómoda alta, e [...] comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não consegui definir. [...] E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive» 4 . Este mestre que é Caeiro (e para Eduardo Lourenço indirectamente, não confessadamente, Walt Whitman), surge de repente a F. Pessoa como resposta à inquietação metafísica de Alexander Search; surge com uma objectividade a que o próprio poeta chama mística, e de que encontramos um primeiro e já latente esboço noutro poema do espólio (ESP 78 A/5), rubricado «A.S.» e datado «January 7th 1908»:


«The Giant's Reply
I met a giant upon my way;
He looked more wise than Nature.
«Tell me some truth», thus my tongue did betray
My soul to that more than creature.
«There is but one's, in an old voice strange
He cried: «things are more, I say,
Than Time in which they seem to change
And than Space that seems more than they».


(Encontrei um gigante no caminho; parecia mais sábio do que a Natureza. «Diz-me uma verdade», pedi, descobrindo a minha alma àquele ser mais do que criatura. «Há só uma verdade», exclamou, com voz estranha e antiga: «as coisas são mais, digo eu, do que o Tempo em que parecem mudar e do que o Espaço que parece mais do que elas.»)
A poesia de Alberto Caeiro é muitas vezes resposta a Alexander Search e à busca angustiada de uma verdade única, que não há, de uma verdade absoluta, que também não há ? e a que o Gigante, com a sua sábia resposta, contrapõe a realidade das coisas. As coisas são mais do que o tempo e do que o espaço que parecem contê-las. O mesmo dirá Caeiro. Caeiro é o gigante que responde a Pessoa. Com uma inspiração, com uma força que Alexander Search não tem Caeiro já está no entanto contido nele, neste poema que acabámos de ver, e que o espólio guardava. Diz Caeiro (206-7):

«Que ideia tenho eu das cousas?»
...............
«O mistério das cousas? Sei lá o que é o mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.»
...............
«'Constituição íntima das cousas' ...
'Sentido íntimo do Universo'...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.»

A quem está o poeta Caeiro imitando, colocando estes versos entre aspas? A Search, ou Fernando Pessoa, sem dúvida. A tudo o que neles há de metafísico, de religioso. E em que resposta pega, ampliando-a vezes em conta? Na do Gigante, do próprio Search. Basta ler certos passos de O Guardador de Rebanhos «O que nós vemos das cousas são as cousas (217 poema XXIV); «O Mistério das cousas, onde está ele? / Onde está ele? Onde está ele que não aparece / Pelo menos a mostrar-nos que é mistério? / ? / Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: ? / As cousas não têm significação: têm existência / As cousas são o único sentido oculto das cousas.» (223, poema XXXIX).
A verdade que Caeiro, o «Gigante, descobre é que «não há natureza, / Que Natureza não existe, / Que há montes, vales, planícies, / Que há árvores, flores, ervas, / Que há rios e pedras, / Mas que não há um todo a que isso pertença?» (226, poema XLVII) 5 . Há coisas. Apenas coisas. A única realidade são as coisas. É isto pois o que Caeiro afirma. E contra isto logo se insurge o poeta ele mesmo», escrevendo Chuva Oblíqua . E outras vozes se seguem: Ricardo Reis, Álvaro de Campos. Vozes maiores, mas cujo diálogo a pequena voz abafada no espólio desencadeou talvez...
Será preciso dizer mais alguma coisa? Julgo que não. A urgência de divulgar o conteúdo do espólio e da biblioteca de Fernando Pessoa parece-me largamente demonstrada. Enquanto não se fizer esse trabalho, toda e qualquer conclusão que se queira tirar respeitante à sua obra será, não digo prematura, mas pelo menos sujeita a uma confirmação que mais tarde pode não vir a dar-se.
Estamos em 1978. Esperemos que em 1988 não se festeje o centenário do nascimento do poeta sem que toda a obra esteja em ordem.

Y. K. Centeno



ANEXOS

Nirvâna
A non-existence deeply within Being,
A sentient nothingness ethereal,
A more than real Ideality, agreeing
Of subject and of object, all in all.

Nor Life, nor Death, nor sense nor senselessness,
But a deep feeling of not feeling aught;
A calm how deep! – much deeper than distress,
Haply as thinking is without the thought.

Beauty and ugliness, and love and hate,
Virtue and vice – all these nowise will be;
That peace all quiet shall eliminate
Our everlasting life – uncertainty.

A quietness of all our human hopes,
An end as of a feverish, tired breath...
For fit expressions vainly the soul gropes;
It is beyond the logic of our faith.

An opposite of joy's stir, of the deep
Disconsolation that our life doth give,
A waking to the slumber that we sleep,
A sleeping to the living that we live.

All difference unto the life we have,
All other to the thoughts that through us roam;
It is a home if our life be a grave,
It is a grave if our life be a home.

All that we weep, all to which we aspire
Is there, and like an infant on the breast,
We shall e'er be with more than we desire
And our accursed souls at last shall rest.
1906 A. S.


The Circle
I traced a circle on the ground,
It was a mystic figure strange
Wherein I thought there would abound
Mute symbols adequate of change,
And complex formulas of Law,
Which is the jaws of Change's maw.

My simpler thoughts in vain had stemmed
The current of this madness free,
But that my thinking is condemned
To symbol and analogy:
I deemed a circle might condense
With calm all mystery's violence.

And so in cabalistic mood
A circle traced I curious there;
Imperfect the made circle stood
Thought formed with minutest care.
From magic's failure deeply I
A lesson took to make me sigh.
July 30th 1907 Alexander Search



NOTAS
* Una versão ampliada desta comunicação encontra-se em Stephen Reckert e Y. K. Centeno, Fernando Pessoa (Tempo, Solidão, Hermestismo), Lisboa, 1978.
1 Cf. Eduardo Lourenço, «Walt Whitman e Pessoa», Quanderni portoghesi, 2, Autunno 1977, 156.
2 «Zen nella poesia di Pessoa», Quaderni, 1, Primavera 1977, 95-116.
3 Cf. poemas em anexo.
4 Obra Poética, Rio, 41972, 699 (todas as citações da obra Publicada do poeta, serão feitas a partir desta edição).
5 Cf. ainda poemas XXVI-XII (218-219).

Fig. 1. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», p. 701.
Fig. 1. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», p. 701.

Fig. 2. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 702 e 703.
Fig. 2. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 702 e 703.

Fig. 3. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 704 e 705.
Fig. 3. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 704 e 705.

Fig. 4. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 706 e 707.
Fig. 4. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 706 e 707.

Fig. 5. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 708 e 709.
Fig. 5. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 708 e 709.

Fig. 6. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 710 e 711.
Fig. 6. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 710 e 711.

Fig. 7. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 712 e 713.
Fig. 7. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 712 e 713.

Fig. 8. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 714 e 715.
Fig. 8. «O espólio e a biblioteca de Fernando Pessoa: uma solução para alguns enigmas», pp. 714 e 715.